Ismail Haniya
Ismail Haniya إسماعيل هنية | |
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Haniya em 2024 | |
Presidente Político do Hamas | |
Período | 6 de maio de 2017 – Presente |
Antecessor | Khaled Mashal |
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana | |
Período | 29 de março de 2006 – 2 de junho de 2014 |
Antecessor | Ahmed Qurei |
Sucessor | Rami Hamdallah |
Dados pessoais | |
Nascimento | 29 de janeiro de 1963 (61 anos) Cidade de Gaza (atual Territórios Palestinos) |
Alma mater | Universidade Islâmica de Gaza |
Partido | Hamas |
Ismail Haniya (árabe: إسماعيل هنية) (Cidade de Gaza, 1962) é um político do Hamas. No dia 21 de Fevereiro de 2006 tornou-se primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), na sequência da vitória do seu movimento político nas eleições legislativas palestinianas de 25 de Janeiro de 2006. Ele vive em Doha, no Catar.[1]
Ismail Haniya nasceu no campo de refugiados de Al-Shati (Shati), perto da cidade de Gaza. Os seus pais tornaram-se refugiados no contexto da guerra de 1948 entre Israel e os seus vizinhos árabes, tendo sido residentes naquilo que é hoje a cidade israelita de Ascalão.
Formou-se em Literatura Árabe na Universidade Islâmica de Gaza no ano de 1987. Durante a sua passagem pela universidade integrou o "Bloco de Estudantes Islâmicos", um movimento que seria precursor do Hamas.
Em 1987 iniciou-se a Intifada, ou levantamento da população árabe residente nos Territórios Ocupados (Faixa de Gaza e Cisjordânia) por Israel em 1967. Com 43 anos, Haniya foi um dos mais jovens fundadores do Hamas. Nesse ano, Haniya foi detido pelas autoridades israelitas por participar nos protestos e mais tarde libertado. Em 1988 voltou a ser novamente detido pelas autoridades de Israel e condenado a três anos de cadeia.
Em 1992 Haniya foi libertado e deportado junto com outros militantes do Hamas para o sul do Líbano. No ano seguinte regressou a Gaza, onde foi nomeado reitor da Universidade Islâmica.
Haniya e outros membros do Hamas seriam mais tarde detidos pela Autoridade Palestiniana, que considerava a ideologia e actividades do grupo (responsável pelo assassinato de civis israelitas) uma ameaça aos Acordo de Paz de Oslo.
No fim dos anos 90 tornou-se próximo do xeque Ahmed Yassin, líder espiritual do Hamas. Chegou a chefiar o escritório de Yassin quando o xeque saiu da prisão em 97. Com o assassinato de Abdal-Aziz al-Rantisi em 2003 e do xeque Yassin em 2004 (em ambos os casos as mortes foram executadas por Israel), Haniya consolidou a sua posição como líder do Hamas.
Dentro do Hamas - movimento considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e União Europeia - Ismail Haniya é visto como um moderado da ala política do grupo, aberto ao diálogo com Israel. Ele foi o primeiro dirigente do Hamas a telefonar para o presidente da ANP e da Fatah, Mahmoud Abbas, e propor uma aliança política, depois de divulgados os resultados da eleição. No dia 20 de fevereiro de 2006, Abbas aprovou a nomeação de Haniya como primeiro-ministro.
Em maio de 2011, Haniya condenou a operação norte-americana que matou Osama bin Laden, responsável pelos Ataques de 11 de setembro de 2001, denominando bin-Laden de "guerreiro sagrado" e a operação como um "assassinato".[2] Segundo Haniya, a operação faz parte da política americana baseada na opressão e no derramamento de sangue árabe e muçulmano, e pediu a Deus piedade para bin-Laden, junto com os verdadeiros crentes e mártires; o porta-voz americano Mark Toner reagiu com indignação, lembrando que bin-Laden era um terrorista, ordenando o assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças, vários dos quais eram muçulmanos.[2]
Em 11 de abril de 2024, Haniya anunciou que três dos seus filhos e dois netos foram mortos em ataque das Forças de Defesa de Israel durante a guerra Israel-Hamas em Gaza.[3]
- ↑ «What is Hamas? What to know about its origins, leaders and funding». PBS NewsHour (em inglês). 10 de outubro de 2023. Consultado em 14 de outubro de 2023
- ↑ a b Haaretz. U.S. slams 'outrageous' Hamas condemnation of bin Laden killing
- ↑ «Quem é Ismail Haniya, líder do Hamas que teve 3 filhos mortos em ataque israelense a Gaza». G1. 12 de abril de 2024. Consultado em 12 de abril de 2024